09 dezembro 2013
Diagnóstico
07 março 2012
Ironias da vida
Uau. Por esta é que não esperava. Apaixonar-me por um homem casado. Não é nenhum cota, não. É um rapaz, da minha idade, normalíssimo... mas acontece que está casado. E feliz, ao que eu sei. Mas eu lá sei de alguma coisa. Meteu-se comigo, brincou comigo, deu-me alguma atenção. Falámos de filmes e de música, e de animais de estimação. E numa altura de fragilidade destas, é o que basta. Uns olhinhos e o sorriso bonito também ajudaram qualquer coisa. Juntou-se a fome (vulgo vida vazia de emoções) à vontade de comer (vulgo ânsia de acordar desta monotonia) e pimba! já está. Caidinha por ele.
As boas notícias é que mais estúpida que isto não podes ficar, Teresa.
16 outubro 2011
Amiga...
No outro dia não te respondi à mensagem, desculpa… Fiquei a olhar para a tua pergunta “e contigo?” e o primeiro impulso foi dizer: “está tudo bem”. Mas era mentir. Não está nada bem. A bem dizer, está uma merda. Não faço mais nada senão trabalhar, chego a casa e penso no trabalho, não falo com ninguém, não me distraio com nada. Não fiz um único amigo nestes 10 meses. As pessoas perguntam-me se é bom viver no Porto, na grande cidade, cheia de coisas porreiras para fazer, e eu digo que sim… que grande léria. Porque a minha vida é só entre as duas margens da estrada da circunvalação, onde eu vivo. De um lado está o S. João, do outro estão os prédios onde fica a minha casa. Mais um bocadinho à frente está um centro comercial minúsculo onde faço as minhas compras. Semana após semana, não saio deste círculo. Antes ainda ia de metro até ao Marquês, que é das zonas mais degradantes no Porto, só para ir ao ginásio… mas já nem isso faço. É longe demais, não consigo fazer esse esforço. Mas por acaso até sinto falta dos mendigos que andam por lá, a berrar muito chateados com os cães deles, porque resolvem fazer um poio no passeio logo na hora que o semáforo da passadeira virou para verde (“anda Deco, filho da mãe, anda!!”). A semana inteira, só falo com as pessoas do hospital… mas não é realmente falar… é só aquele tipo de comunicação estritamente necessário… não se diz mais nada para além do que é preciso. Às vezes dou por mim a querer contar uma história engraçada disto ou daquilo, a propósito de sei lá o quê, mas se me atrevo a encadear uma frase na outra logo de seguida, ou a exceder um limite previamente imposto de 5 segundos, faz-se um silêncio tal à minha volta… mas não um silêncio de respeito nem de interesse… um silêncio que diz “fazias bem era se te calasses”, e eu inspiro profundamente, absorvo o calor humano da sala e, resignadamente, calo-me. Reduzo-me à minha condição de interna, sem opinião nem vida própria. Eu almoço quando os especialistas almoçam, vou embora quando eles vão embora, alinho no maldizer, compactuo com as intrigas, mesmo que não as entenda e que tenha que ouvir os dois lados diferentes da mesma história, eu não comento, guardo segredo que nem padre no confessionário, e ai de mim! Ai de mim que fale do que o outro disse a quem quer que seja. Resumindo, que já vi que estás com pressa: estou infeliz, amiga. Muito. Mas tenho emprego e ordenado ao fim do mês, e hoje em dia, quem é que olha ao resto?
21 maio 2011
Vácuo
Sou vazia. Não há nada cá dentro. Sou ar, sem vento. Não há turbilhão que mexa o meu mar. Não há gelo nem fogo que me abale os sentidos. Vivo nesta apatia de morte, é como se fosse leve, mais que a sombra dos meus fantasmas. Incapaz de tremer ou temer, quando o medo maior se oculta em mim. Adormeço e aí estou viva, consigo ter voz, sou humana. Canso-me, um cansaço tão grande, desisto, deixo-me cair no chão e abraço-me na solidão.
Estás longe, sempre longe! Distância infinita que nos separa, ideais que nos afastam! Merda de vida! Estou triste. Gosto de ti. Um relâmpago - troveja e chove. As gotas quentes escorrem pela face, turva-se a vista. Tudo se lava em águas de tempo. E de manhã, tudo igual, tudo apagado, sem rasto. A tempestade passou.
30 dezembro 2010
09 dezembro 2010
Ano novo, Invicta nova
And all I loved, I loved alone
16 dezembro 2009
Snow business
Está tanto friiiiio!!!!!
Ao menos que também nevasse aqui, para os meus gatinhos se divertirem.... :)
21 novembro 2009
Booo!! voltei
Basta de chorarem banha e ranho, de me implorarem de joelhos, de se agarrarem aos meus tornozelos e me beijarem os calos... eu já estou de volta, pronto. ;)
E é assim que se acaba um ano de cão. Repito, de cão.
Hasta la vista, Harrison!
Tou de férias até Janeiro! Inveja? Não tenham.
Ou melhor, tenham sim, que sempre me fazem sentir melhor.
Estágio, avaliações, orais com cada monstro pior que o outro, a agonia de ter uma cadeira para acabar o curso, a tese de mestrado, a defesa... e por fim... estes meses todos a estudar mais de 1000 páginas... para ter um resultado... medíocre. Para me ver a ceder aos nervos, a cheirar rasteiras onde não existiam, a errar coisas fáceis, óbvias, e a acertar algumas das perguntas mais dificeis porque simplesmente sabia e não duvidei um segundo. Enfim, é um exame injusto, eu também não fui das pessoas mais marronas que andam para aí... tudo isso se juntou e nem sei porque estou tão frustrada.
Já fui de viagem, relaxar, namorar, molhar o rabinho em água quentinha e não há nada melhor.... mas a sensação de não ter feito tudo o que podia, aquela questão que nos fica... "e se eu tivesse dado tudo por tudo, a 100%?..." quando só dei cerca 70%...
Foi o que consegui, paciência.
11 agosto 2009
07 agosto 2009
Packing
06 agosto 2009
Verdade
E tu estás, mesmo aí, ao meu lado. Em tudo.
Sinto que te conheço desde sempre. Esta sintonia que é tão rara, tão valiosa, tão difícil de encontrar, que só tenho medo de acordar e ver que foi um sonho. Onde estiveste este tempo todo? :)
05 agosto 2009
Nunca mais é
E, à parte o destino, o melhor de tudo é que a companhia é TOP. :)
27 julho 2009
Sim, querido
Fico à espera dos vossos desejos de felicidades! (e prendinhas, porque não? ;)
24 julho 2009
22 julho 2009
20 julho 2009
18 julho 2009
Emmy
Será que é desta? Eu faço figas para que sim, eles merecem! (só pelo que me fazem rir...) :D
17 julho 2009
Não sei que título hei-de dar a isto
I should explain a parte da Joana: a minha sina estava traçada pela minha mãe para me chamar Joana, mas veio a minha mana em cima da hora, bateu o pé e disse “NÃO, que ela se vai chamar Teresa”, porque era assim que se chamava a irmã da sua melhor amiga, e estavam naquela idade de querer ter tudo igual. Assim, num “fica com a tua que eu fico com a minha” eu, sim senhor, chamo-me Teresa, mas de volta e meia a minha mãe chama-me Joana, só para fazer o gosto ao nome. Eu cá não me importo nada, Joana sempre é melhor que Catarina (outra ideia brilhante da minha irmã – Teresa e Catarina combinam como o caneco) mas às vezes esta coisa confunde, e eu vejo-me a desejar ser chamada de “Pssst!” ou de “Ó chefe!”...
E o ponto alto da semana foi
Não é impossível
O quê? Decorar todos os músculos do antebraço, as inserções de cada um, acções, inervação e vascularização. Quantos são, alguém sabe? Não vale ir ao Google!! (e não é que o Word aceita a palavra Google e imediatamente lhe espeta uma maiúscula? Isto há coisas…)
“Piece of cake”, dizem uns, “que pieguinhas”, dirão outros… pois então, tentem!
I dare you…
Só no outro dia estive 10 minutos a decorar que o cotovelo é uma bitrocleo-côndilo-trocartrose, enquanto o joelho é uma trócleo-bicôndilo-meniscartrose! Isto até ia bem, não fossem as restantes enartroses, trocleartroses, efipiartroses, artrodias, condilartroses compostas, etc… E qual é a diferença entre conóide, coronóide e coracóide?? Chiça, que confundo tudo!
Porra para a Anatomia, estou com isto pelos cabelos!!
15 julho 2009
Everything is illuminated
12 julho 2009
11 julho 2009
Renovada
10 julho 2009
09 julho 2009
Por um café
Enfim, este edifício é tão grande que tem recantos escondidos que a maioria dos utentes não conhece nem sonha conhecer. É assim, com um sorriso maldoso na cara, em plena hora de almoço, que passo ao lado de um bar a abarrotar de gente com uma fila de 10 metros, subo umas escadas, viro numa curva, passo 2 ou 3 portas e chego a um barzinho simpático, onde peço o meu café sem esperar um segundo. E foi isto que eu aprendi nos anos todos que andei a veranear pelos HUC. Fiz valer o dinheiro, mãe?
Teresa, sai do computador e vai estudar, anda.
Há pessoas burras que nem portas...
Cimento
08 julho 2009
Atacada na cabeleireira
Five o’clock p.m., pego no meu super popó (um bolinhas vermelho-à-benfiquista-orgulhoso-não-sei-bem-de-quê, dois lugares, em 2ª mão, comprado de propósito para a menina treinar as suas manobras automobilísticas – vai a tempo, só tirei a carta há 3 anos – e para o papá ir à pesca) e vou até ao centro procurar quem me ajude a domar esta juba.
Entro na cabeleireira que é unissexo mas só com um “s” (já explico) e, como é ritual estabelecido há muitas gerações, vendo que todas as empregadas estão ocupadas, dou as boas tardes, alapo o rabinho no sofá e vasculho a literatura espalhada na mesinha em frente. Não, não me sinto tentada a pegar numa Caras ou numa Maria, por mais apetitosas de mexericos que pudessem parecer; pego no Diário de Coimbra, só porque fico francamente admirada por ver ali um jornal (é para fazer valer a designação unissexo, mesmo que não se visse um único cliente masculino). Estava a acabar de ler a notícia da Académica quando ouço pela 3ª vez: “É para lavar e secar?!” e finalmente levanto a cabeça para ver quem é que era tão surdo que não ouvia isto à primeira (vá, o barulho do secador perturba, mas a mulher estava a berrar alto o suficiente!), e vejo que ela estava era a falar comigo. “Não, é para cortar!”, respondo eu, a sorrir e a ficar da cor do meu bolinhas. Nisto, salto do sofá e vou ter com ela, que já está de toalha em punho para ma enrolar à volta do pescoço e lançar as garras ao meu couro cabeludo. Sim, porque cabeleireira que se preze tem que ter unhas de metro e meio, que raspam no escalpe enquanto nos lavam a cabeça – o que, estranhamente, sabe bastante bem (e também pulseiras cheias de penduricalhos que fazem um tlim-tlim-tlim agradável).
Só aí, de olhos fechados a saborear a massagem grátis com champô de morangos, é que me apercebo do tema de conversa. Ora nem mais: médicos. Estava uma senhora indignadíssima a contar que um médico “daqueles novitos” lhe tinha indicado num papel para tomar uns comprimidos ao pequeno-almoço, tendo escrito “almoço” com “s”. Franzi o sobrolho duvidando seriamente da veracidade dessa acusação (algumas letras são tão esquisitas que um “ç” escrito à pressa pode muito bem ter ficado parecido com um “s”), e pareceu-me que a cabeleireira notou, pois parou a massagem que tão bem me estava a dar arrepios na espinha e perguntou: “A menina estuda?”
Abro os olhos para ver se era para mim a pergunta, e vejo a senhora, de pés para o ar, a fitar-me expectante. Respondo que sim, estudo. “E é boa a português?” Digo que acho que sim, sem mostrar grande certeza para não me comprometer. “Diga-me lá então como é que se escreve unissexo?” Respondo que com dois “s”, não vendo outra parte da palavra que suscitasse dúvida. Ela larga as mãos cheias de champô da minha cabeça ainda insuficientemente consolada, e lança-as à colega do lado, a berrar “Tás a ver?! Tás a ver?!”.
Fico então a saber que há uns dias entregaram um placard para colocar na parte de fora do estabelecimento, e só quando estavam todas no passeio a fumar o cigarrinho é que repararam que aquilo tinha um erro. Aliás, uma só delas é que notou (a que me estava a lavar o cabelo), o resto ficou a olhar para aquilo como um burro para um castelo, sem conseguir notar o que raio estava mal com o dito placard. Foi uma guerra pegada, que se reergueu com a minha opinião. Fico admirada que nesses dias todos ainda nenhuma tivesse procurado um dicionário; e feliz por saber que a minha pelagem estava entregue à mais esperta delas todas.
Passado esse tema, ânimos acalmados, já eu tinha levado uma valente poda na crina, quando se lembra a dita senhora de me perguntar o que é que eu estudo. E pronto, da resposta levanta-se uma tempestade sem qualquer aviso.
(É preciso ver que, nestes sítios, quando se começa a falar mal de alguma coisa, quem conseguir falar pior ganha uma espécie de concurso.) De repente, vejo-me a ser atacada com “aquela vez que fui à urgência com o pé todo torto e nem me tiraram um raio-X”; e com “no meu parto só deixavam usar não-sei-quantas compressas e eu podia esvair-me em sangue que não davam mais”; e com “fui queixar-me com dores de barriga e deram-me comprimidos para os nervos”… que já só queria era pôr-me a milhas dali para fora antes que alguém chegasse à conclusão que os médicos não deviam ter cabelo porque, de alguma forma, (elas lá arranjavam uma, era só dar tempo), atrapalha as decisões.
Enfim, isto é a história de uma sobrevivente, sem danos de maior sofridos na molhelha … mas os médicos que se ponham a pau que, nestes dias, entrar numa cabeleireira, sem guarda-costas, padre e advogado… pode ser tarefa arriscada.
Agora agradeçam-me, os que chegaram ao fim, porque não mais recuperarão o tempo perdido a ler acerca da minha espectacular tarde a cortar o cabelo.
06 julho 2009
Selo
Então as regras deste desafio são as seguintes:
- Publicar a imagem do selo e identificar quem o deu (check!);
- Escolher 5 situações da vida, que mereciam ser repetidas em câmara lenta (já lá vamos) ;
- Passar o desafio a outros blogs e avisar ;
Os meus momentos câmara lenta:
- quando era miúda, em casa de uns tios, a pegar num patinho amarelo fofíssimo e a vê-lo a descarregar a tripa pela minha camisola de domingo, que era branca e ficou verde… (vá, rebobina e volta a passar para gozar mais um bocadinho);
- nas competições de natação quando era cachopa, naquele instante de tocar com a mão na parede da piscina, a chegar em primeiro nos 200m bruços (qual Michael Phelps, qual Ian Thorpe?);
- o primeiro beijo (a sério), ao som dos Santos e Pecadores, lol… (e todos os primeiros beijos com novos meninos… também não foram assim tantos, que não sou nenhuma desavergonhada);
- eu e os manos (já adultos), praia do Algarve à pinha, e nós os 3 encavalitados no colchão de água, a atirar algas uns aos outros, a rebolar na areia feitos croquetes, a cantar "George, George, George of the jungle", a soltar a parvoíce que há em nós, com tudo a olhar e a gente sem vergonha alguma.
Ficam de fora, mas não esquecidos, todos os momentos de risota entre amigos, de cumplicidade entre amigas, de paz com a família, de orgulho pelas alunas, de brincadeira com os pets, etc etc… ;)
E agora passo o testemunho, especialmente aos meus queridos seguidores, mas também a todos (não são muitos) os que aqui vêm espreitar este blog e queiram agarrar o desafio! ;D
05 julho 2009
Um conselho que vos deixo
A missa é longa, junto as pestanas 50 vezes, a cada uma olhando discretamente para os lados para ver se alguém tinha notado. O coro é bonito mas a flauta (daquelas de plástico) desafina de tal maneira que só apetece chorar. Ainda desinibida, dou os parabéns à noiva e quase deixo soltar que o vestido é horrendo. Está tudo cheio de frio com o tempo enevoado e só eu me abano com o programa das festas. Lá vem o almoço. Fico melhor. Luto incessantemente contra a urgência em dormir a sesta, mesmo com o barulho infernal do grupo de baile. Dispenso o tio doido varrido que me tenta puxar para dançar, e que tanto anima 300 pessoas como estraga a festa em 3 tempos. Mais comida, nunca mais acaba, partida do bolo, nunca mais acaba, fogo de artifício, nunca mais acaba, distribuição de presentes, nunca mais acaba... acabou. Volto a casa a dormir o primeiro sono no carro. Ah... abençoado chinelinho, rico pijama, querida cama.
Que dia infernal. Não façam isto em casa.
03 julho 2009
Paragens
02 julho 2009
A solo
30 junho 2009
Audição
No final da festa, uma pequenita que costuma andar lá pela escola a roer-me as canelas, veio-me perguntar: "Professora Teresa, ainda vai cá estar quando eu fizer 14 anos?" (tem 8), e eu digo "Não sei, Alicia, porquê?" e ela "Porque eu pedi aos meus pais para aprender flauta transversal e eles disseram que eu podia quando fizesse 14 anos, e eu queria que fosse consigo..." (qualquer coisa que lhe disseram para a calar e não desistir já do piano). Tão querida!
Não sei se vou poder dar aulas para o ano, nem devo ter grande futuro nisto, mas cá para nós que ninguém nos ouve: foi MUITO BOA a experiência. Recomenda-se ;)
26 junho 2009
No hard feelings
Ex-toxicodependente até certo ponto: "Gasto agora quase tanto na farmácia como gastava em heroína... e, se não estou dependente do meu traficante, estou dependente do meu médico e nunca posso ir para muito longe". O rapaz toma uns 6 ou 7 fármacos no dobro (e alguns o triplo) da dose terapêutica máxima. Um só fármaco nessa dose punha qualquer um de nós de coma (palavras do prof). No entanto, é graças a isso que se conseguiu encaminhar. Quando questionado se se arrepende e se acha que perdeu muita coisa na vida, recosta-se na cadeira e responde: "Não. Sou o que sou hoje por ter passado o que passei."
Dei por mim a correr os olhos pela sala e a sorrir... Não comparemos as histórias, nem tem nada a ver, mas as frases feitas são feitas para pensar. Estas pessoas (vide post anterior algures) não deixarão de ser minhas colegas aqui, nesta última aula... Vão sê-lo sempre, e onde quer que vá, posso sempre encontrar um deles. Guardar ressentimentos é uma grande estupidez. Grande grande estupidez, não ganho absolutamente nada com isso. Ganho com a experiência. Daqui a uns tempos, vou sorrir assim ao que se passou, à maneira como reagi e, principalmente, à importância que lhe atribuí. E vou ver, que tudo desapareceu num sopro e se dissolveu na brisa... ou no tempo.
25 junho 2009
Hahahahaha
24 junho 2009
20 junho 2009
Flute rocks
Enfim, a música repete-se milhentas vezes até a odiarmos com quanta raiva as entranhas aguentam. Claro que, no dia do juízo final, a plateia ouve tudo pela primeira vez, e se a miúda se engana... é porque não ensaiámos o suficiente; é porque isto é uma geração de preguiçosos; é porque a professora é nova e não presta; é porque alguém tossiu e a cachopa distraiu-se; é porque as luzes lhe batiam nos olhos; é porque o afinador ficou sem pilhas; é porque o jantar não caiu bem; é porque a maquilhagem derrete com o calor; é porque atrás do palco "o meu Ré não sai!"; é porque as mãos tremem e a flauta escorrega com o suor; é porque o namoradito estava lá e a pôs nervosa...
E depois é... esses factores que não importam quando se sabe tudo de trás para a frente; é haver sempre algum palerma que diz "para a próxima fazes melhor"; é para o ano é melhor procurar outra professora; e é a frustração de ter tocado tudo bem incontáveis vezes, e só eu saber do que ela é capaz...
Mas algo me diz que vai ser 5 estrelas! ;)
A minha casa não é igual à tua
19 junho 2009
Come walkabout
16 junho 2009
Fartanço
- Ontem, belo dia enevoado com previsão de chuva, saio de casa (onde está um calor infernal) sem olhar antes pela janela, de sapatinho aberto (a pavonear, sem pudor, o belo do joanete do tamanho de Júpiter) e sem guarda-chuva. Pior, quando já estou no hospital há sei lá quantas horas, quando já passei pelos quartos todos da enfermaria e já vi todos os médicos, sento-me e olho para baixo... os meus pés, todos riscados e escritos a caneta azul. Foi a forma que arranjei, na noite anterior à uma da manhã, sentada na cama a estudar Anatomia (última cadeira do curso ainda por fazer), para decorar os tendões todos do pé: escrevê-los na pele. Sendo que o duche da manhã é tomado ainda de olhos fechados, sem as lentes postas e à pressa... deu nisto.
- O meu cabelo não vê amaciador há sei lá quanto tempo, portanto anda num estado que varia entre uma esfregona velha e o ninho de melros lá de casa. Só me falta deixar crescer um tufo nos sovacos, pôr uma t-shirt de cavas, e o quadro é perfeito. Há quem repare, mas é para o lado que durmo melhor.
- Dentro de duas semanas é o meu rasganço (se entretanto tiver feito Anatomia, claro) e, enquanto as minhas colegas vão aparecer todas sexy com soutiens push-up e corpetes à mulher da vida (não, não arranjo um convite aos meninos perversos), eu vou ser uma bola de trapos. Os meus coelhos vão estar orgulhosamente à vista de 50 pessoas, porque aqui a menina não põe os pés no ginásio, sendo a razão pura moleza. O que são os coelhos? Eu digo. Os coelhos são aquelas almofadinhas que se ganham de um lado e outro da cintura quando estamos a perder a forma física. Não chegam a ser um pneu, mas têm potencial para isso. Eu e o meu irmão travamos há muito uma batalha rija contra os coelhos. Depois de uma almoçarada de fim de semana, os coelhos dizem: "Aaaah!! Estamos consoladinhos!.." e quando vamos fazer exercícios dirigidos aos coelhos (tipo inclinar o tronco para cada lado, com a cintura fixa), os coelhos dizem "Ai!!" de um lado e "Ai!!" do outro. Claro que isto gera um certo equilíbrio, e os coelhos não crescem mas também não nos livramos deles.
- Hoje dou por mim a almoçar sozinha na cantina, coisa que me aterrorizava há uns anos atrás. Não era capaz, fazia muita mossa na reputação. Claro que, nessa altura, eu não entrava numa cantina sem conhecer uns 15 a 20 marmanjos; neste momento, entro (como de boca aberta, pego nos ossos com as mãos e palito os dentes, se quiser - não o faço, mas podia) e saio sem avistar uma cara familiar.
E isto porquê? Não sei o que se passa, mas suponho que é fartanço. Numa cidade de estudantes, em que os novos estão sempre a chegar e os velhos a partir, a média de idades da maioria dos sítios que frequento (tirando o hospital) é de 20 aninhos. Logo, eu já faço parte da quota dos cotas. Ir à discoteca é entrar num infantário e ser a educadora de infância. Estou deslocada. É cruel viver em Coimbra depois dos 25. Como ninguém olha duas vezes para uma cota, acabamos por nos habituar a não nos sentirmos observados. E o desleixo instala-se. Está a chegar a um estado crítico que me preocupa.
Acho que quem mais se assombra pela nostalgia de sair de Coimbra é quem não a viveu. Sei que aproveitei muito, ri muito, festejei muito (bebi muito), namorei muito, experimentei muito, aprontei muito, estudei muito (pouco), fiz tudo o que podia ter feito nesta cidade mágica. Mas essa fase da minha vida está a passar, é preciso algo novo. Posso depois voltar... de certeza que vou voltar... e as saudades vão ser mais que muitas... mas agora, agorinha mesmo, estou farta. E não vejo a hora de sair daqui.
15 junho 2009
O quase
Tal como a desgraça alheia é amiga do jornalista, a política é o combustível do comediante, e o azar ao amor é a inspiração do poeta.
Ora eu, que não vejo interesse na desgraça alheia (por isso é que faço alergia ao telejornal da TVI), que pouco ou nada percebo de política, e que já (quase) ultrapassei o meu passado azarento em matéria de amores… dou-vos o quê para ler?
Paciência, tomem lá disto… (é o quase):
Vem agora ter comigo, vem ver o céu cor de flor (*)
Olha para mim e pergunta-me se é verdade o que dizem do amor.
Não há quem te diga com certeza, o que devemos procurar na vida
Mas digo-te eu, que não tenho dúvida, esta história já foi lida.
Acordei de repente e o mundo está mais frio
As pessoas mais longe, dentro de mim um vazio.
Vagueio pelas ruas de sempre, conhecia os becos de cor
Mas sem ti são tão diferentes, esta cidade ficou maior.
Parece que já foi há tanto, mas foi só ainda há pouco
E já sinto a tua falta, estou entre o mar e um louco.
(*) Em alusão ao Blue or Pink, hm, hm?
A julgar pela péssima poesia, já todos vós se devem ter apercebido da semelhança com uma qualquer letra de canção fraquinha do vosso conhecimento. Pois é, isto foi feito há uns tempos, em cima do joelho, para se ajustar numa música que deverá passar em breve na vossa rádio predilecta. Ou não, também não faço ideia qual é a vossa rádio predilecta. É mais provável que passe nos Morangos, mas se vocês vêem essa merdice, metam-se já a milhas deste blog. Também já devem ter percebido que o meu orgulho nisso é menos que escasso, pelas razões que estão à vista. Enfim, pode ser que a oportunidade se repita e eu faça melhor figura. Por enquanto, digo alto e a bom som que contribuí para a fina qualidade da música portuguesa…
13 junho 2009
António
Eras um artista esquisito até dizer chega, mas obrigado por mostrares que ser genuíno e original dá os seus frutos... apesar de não teres chegado a colhê-los.
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
(...)
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só...