21 maio 2011

Vácuo

Sou vazia. Não há nada cá dentro. Sou ar, sem vento. Não há turbilhão que mexa o meu mar. Não há gelo nem fogo que me abale os sentidos. Vivo nesta apatia de morte, é como se fosse leve, mais que a sombra dos meus fantasmas. Incapaz de tremer ou temer, quando o medo maior se oculta em mim. Adormeço e aí estou viva, consigo ter voz, sou humana. Canso-me, um cansaço tão grande, desisto, deixo-me cair no chão e abraço-me na solidão.

Estás longe, sempre longe! Distância infinita que nos separa, ideais que nos afastam! Merda de vida! Estou triste. Gosto de ti. Um relâmpago - troveja e chove. As gotas quentes escorrem pela face, turva-se a vista. Tudo se lava em águas de tempo. E de manhã, tudo igual, tudo apagado, sem rasto. A tempestade passou.

I'll try anything once