07 junho 2009

O que é que aprendeste em 25 anos?

Aprendi a andar sem ir com o nariz ao chão, a falar sem inventar palavras, a vestir-me sem ser do avesso, a comer com a boca fechada e os talheres nas mãos certas, a lavar os dentes todos até os lá do fundo, a não fazer chi-chi na piscina, a não tirar macacos em público e fazer bolinhas, a associar o chocolate aos surtos de borbulhas, a associar as palpitações à aproximação da carinha laroca da turma, a não pôr saquinhos de chá com agrafos no microondas, a não acender o fogão com isqueiro (porque queimo sempre os pêlos dos dedos e fico a cheirar a porco)... Enfim, o básico (já é mais que muita gente aprende no dobro ou o triplo do tempo).
Aprendi que é possível estar bem sozinha. Aprendi que consigo fazer planos mesmo me imaginando sozinha no futuro (até safaris e backpacking na Austrália). Aprendi que ninguém constrói o nosso futuro a não ser nós mesmos.
Aprendi que não tenho que fazer o que não quero para agradar os outros. Aprendi que não tenho que aturar gente que não gosto, que me dão seca ou que até me deixam doente, só porque tenho pena, porque não consigo ser desagradável, ou porque não sei dizer que não.
Aprendi que não gosto de dar satisfações.
Aprendi que detesto tabaco, detesto o fumo, detesto cinzeiros cheios de beatas, e que sou preconceituosa quanto a quem fuma. É que é demasiada estupidez, não entendo.
Aprendi que ando muitas vezes na rua a pensar com os meus botões e a olhar para o chão (não encontro tantas moedas como isso), o que, para além de me poder fazer perder coisas e caras bonitas que me passem ao lado, faz com que me depare com demasiados escarros alheios. E isso é nojento.
Aprendi que a família próxima e os amigos real thing são mesmo o melhor da vida.
Aprendi que certas decisões que temos que tomar, para nosso bem, podem magoar pessoas que gostamos, e não conheço, até agora, maior angústia que essa.
Aprendi que devemos olhar sempre em frente e deixar o passado para trás. Não há outra maneira.
Aprendi que é fácil viciarmo-nos em café!
Aprendi que não gosto da maioria da música comercial, a não ser para ir dançar.
Aprendi que estou longe de ser perfeita, mas gosto do que sou e não queria ser diferente.
Aprendi que não há nada como nos conhecermos a nós próprios, e que os momentos de soul searching são realmente elucidativos.
Aprendi a não dar lugar à raiva.
Aprendi que há coisas que se dizem e há coisas que são só nossas, caso contrário perdem o encanto.
Aprendi que certas coisas, a beleza, a juventude, as pessoas… são efémeras, e há que ter sempre isso em mente. Tipo uma vez por semana.
Aprendi que a vida é complicada, mas não tanto como achava há anos atrás. Como tudo, é uma questão de hábito.
Aprendi que as paixões nos transformam por completo e trazem ao de cima o pior (e o melhor?) em nós.
Aprendi que uma grande tampa traz grande sabedoria (tudo tem o seu lado bom!).
Aprendi a gostar das pequenas coisas, dos pequenos momentos. Não é frase feita, é mesmo a sério!
Aprendi que há tempo para gastar com escritas profundas e há tempo que tem que ser gasto a estudar o Harry (é agora a seguir!).


1 comentário:

ph disse...

A coisas que já aprendi. Outras que ainda nao. Outras, perece-me, nunca irei.